Minha dúvida se refere à palavra “manga”. Tal palavra sofre polissemia ou homonímia?
Querido Denis,
Este é um assunto que gera muitas controvérsias entre os estudiosos. Analisemos as definições de polissemia e homonímia.
Entende-se por polissemia o fato de haver uma só forma (significante) com mais de um significado unitário pertencentes a campos semânticos diferentes. Ou seja, a polissemia é um conjunto de significados, cada um unitário, relacionados a uma mesma forma.
Ex.: O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
Já homonímia é a propriedade de duas ou mais formas, inteiramente distintas pela significação ou função, terem a mesma estrutura fonológica, os mesmos fonemas, dispostos na mesma ordem e subordinados ao mesmo tipo de acentuação. A rigor, só deveriam ser consideradas como tais aquelas palavras que, tendo origem diversa, apresentassem a mesma forma, em virtude de uma coincidência na sua evolução fonética.
Ex.: O chão está seco. (adjetivo /ê/) x Deixa que eu seco. (verbo /é/)
O Paço fica na Praça XV. x O primeiro passo já foi dado.
Ele chegou cedo. (advérbio) x Eu não cedo um centímetro. (verbo)
A confusão entre polissemia e homonímia ocorre principalmente com homônimos perfeitos, quando a grafia e a estrutura fonológica das palavras são iguais.
Dessa forma, quando não conseguimos estabelecer uma relação satisfatória entre os significados — como no caso da MANGA —, há forte probabilidade de que estejamos diante de um par de vocábulos homônimos. Uma rápida investigação no dicionário confirma nossa intuição: a fruta vem do malaio manga, enquanto a parte da vestimenta vem do latim manica.
Sendo assim, a palavra manga é um caso de homonímia.
Da prestativa,
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