fiquei sabendo pela Imprensa que em Portugal existe muita resistência em relação ao Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Essa postura dos portugueses é apenas política ou existe algum fundamento em relação às mudanças ortográficas propostas no Acordo que fira a maneira como os portugueses estruturam a ortografia do português peculiar a eles. Qual a situação de momento em relação ao Acordo em Portugal?
O Sexto Perguntador
Olá, Sexto Perguntador.
ResponderExcluirVou aproveitar a análise da Professora Ana Teresa Peixinho, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, para expor as diferentes motivações para a resistência à adoção do Acordo Ortográfico em Portugal. A professora aponta três tipos de argumentos predominantes usados pelos críticos: a unificação representaria uma submissão ao Brasil, pois a reforma teria contemplado mais as formas brasileiras do que as portuguesas; outra razão é uma suposta perda de identidade linguística nacional, pois foram abandonadas as origens etimológicas latinas de palavras, além de existirem incongruências na reforma; ainda existem os críticos que veem mais motivos econômicos e políticos do que linguísticos e educacionais para a unificação. Ou seja, as questões linguísticas são abarcadas pela crítica.
Em Portugal, o acordo está em vigor desde 13 de maio de 2009 e torna-se obrigatório a partir de maio de 2015, sete meses antes do Brasil. Ele foi adotado pelas escolas (ano letivo 2011-2012), pelas editoras, pela imprensa e é obrigatório nas publicações do Estado (desde janeiro de 2012). Ainda assim, há petições online pelo fim do acordo e para que Portugal seja desvinculado dele.
No link http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=DPAO2013 há uma petição com 11.950 assinaturas, destinada à Assembleia (sem acento) da República: Petição pela desvinculação de Portugal ao 'Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990' (AO90). Destaco um comentário enfático na área destinada a opiniões:
“Acham isto bonito? Fiz um pato com dois amigos para comermos pato.
O que queria dizer com esta frase utilizando o novo acordo, para os que não entenderam:
Fiz um pacto com dois amigos para comermos pato”.
Abraços.
Drª Norma.